jueves, 8 de diciembre de 2016

Acerca de Fidel Castro, ¡Desemascarar y aplastar el revisionismo!. (Documento producido por el MEPR)

Fidel Castro y Kruschev en 1963
"Cuba tiene una alta responsabilidad en América porque fue una esperanza; pero hay que recordar muy bien qué pasó el año 70, Fidel Castro dijo que había fracasado la estrategia de la lucha armada, buscando abandonarla, dejar lo que había incentivado y apoyado". 
(Presidente Gonzalo, 1989, Entrevista ao Periódico El Diario)


Nota do blog: Por ocasião da morte de Fidel Castro, líder do revisionista Partido Comunista de Cuba e dirigente da inconclusa revolução cubana, publicamos importante matéria produzida pelo MEPR em 2010, cuja crítica se faz atualíssima e contundente.


Enquanto Fidel convoca a juventude a se ajoelhar frente ao Imperialismo, Raul anuncia inédita onda de demissões

"Los popes "sociales" y los oportunistas están siempre dispuestos a soñar con un futuro socialismo pacífico, pero se distinguen de los socialdemócratas revolucionarios precisamente en que no quieren pensar ni reflexionar en la encarnizada lucha de clases y en las guerras de clases para alcanzar ese bello porvenir". 

(V.I.Lenin, “El programa militar de la revolución proletaria”, setiembre 1916).
No dia 3 de setembro último Fidel Castro Ruz pronunciou, frente a milhares de jovens, um discurso intitulado “Mensagem aos estudantes universitários de Cuba”. Quem quer que tenha lido o conteúdo de tal discurso, que teve ampla repercussão, não pode deixar de recordar as felizes palavras do grande Lênin, referindo-se aos oportunistas e padres sociais que vivem a sonhar com um futuro maravilhoso e sem guerras, “esquecendo-se” de mencionar que não é possível haver paz enquanto persistam as causas das guerras, que são exatamente a luta de classes e o imperialismo.
Como um verdadeiro padre, do alto de seu sermão, Fidel Castro falou longamente sobre as guerras, sobre as mazelas do mundo, com um tom emocionado e preocupado. Como um padre falou em um “futuro”, completamente abstrato e distante, sem falar dos meios de atingi-lo. Como um padre pregou a necessidade da paz entre os “seres humanos”, sem mencionar o fato “pouco importante” de que os seres humanos, há milhares de anos, estão divididos em classes e que não pode haver igualdade entre classes e nações opressoras e classes e nações oprimidas, bem como não pode haver paz entre elas que não seja uma mentira, uma vez que aquelas lançam mão da violência para manter sua dominação e a estas a paz sob a velha ordem não pode significar nada mais do que seguir vivendo de joelhos.
Como um padre falou em sonhos, morrendo de medo em encarar a realidade.
Ao longo de seu discurso não aparece uma vez sequer as palavras luta de classes, uma vez sequer, vejam só, nem mesmo a palavra imperialismo (antes tão utilizada para fustigar o imperialismo ianque de boca e advogar a mera mudança de amo de fato) e o termo Revolução aparece unicamente em uma referência a vitória da revolução cubana em 1959. Uma vez que se trata de um discurso dirigido à juventude universitária de Cuba em torno de questões realmente importantes dos dias de hoje (a escalada da guerra imperialista no mundo é um fato), e uma vez que não faltam no Brasil ardorosos defensores do “socialismo do século XXI” de Castro e de Hugo Chavez, não poderíamos deixar de dizer algumas palavras sobre os temas referidos.

A guerra e a paz têm ou não um caráter de classe?

Fidel Castro inicia seu discurso falando do seu processo de tomada de consciência da opressão nacional de Cuba, e que os jovens, devido a seu desinteresse e pureza, são mais entusiastas e dispostos a enfrentar a vida. Achamos por isso mesmo bastante triste que Fidel receite aos jovens de seu país, e por extensão a toda a juventude, colocar seu agudo sentido do novo não à serviço da transformação radical de toda a ordem vigente, no sentido da revolução, e sim no sentido de um romantismo pacifista que, aparentemente crítico, não pode deixar de ser profundamente conservador.
Quando diz em tom muito sério que “não estamos mais na época das cavalarias”, e sim na era das “armas atômicas”, não faz mais que repisar a velha chantagem do imperialismo para conter e fazer quebrar a resistência das massas: não lutem, não façam a guerra, senão todos acabaremos. Ora, nada mais falso. É natural, aliás, que o sr. Fidel Castro coloque tanta ênfase nos meios técnicos de guerra, esquecendo-se do papel dinâmico desempenhado pelo Homem e pela ideologia que o guia. Quando predicava, nas décadas de 60 e 70, a luta contra o imperialismo ianque, e respaldava material e ideologicamente a concepção foquista de luta que prevaleceu na maior parte das organizações latino-americanas, viu estas sofrerem derrota após derrota, exatamente por “esquecerem” o fator fundamental para a vitória de qualquer ação revoluionária, que é exatamente a participação das massas nessa luta. Longe de ver dessa maneira, Castro e seus partidários viram a derrota da maior parte da esquerda armada no Continente não como derrota da sua concepção militarista e pequeno-burguesa, mas sim como motivo para passar a louvar a “democracia” e a “via parlamentar”, caminho no qual se mantém até hoje.
Fazendo suas as palavras de um jornalista mexicano, disse aos jovens Fidel Castro:
“Hoje enfrentamos dois grandes desafios: a consolidação da paz mundial e o salvar o planeta da mudança climática. O primeiro é lograr uma paz duradoura sobre bases sólidas, a segunda é a de reverter a mudança climática (…)O panorama do século passado não era igual o deste século. O armamento, neste momento, é mais sofisticado e mortífero e o planeta mais débil e contaminado”. (Grifo do MEPR).
Nada mais típico do revisionismo (do qual Fidel Castro é um escolado representante) do que advogar “grandes mudanças” para atirar ao lixo a essência revolucionária do marxismo. Ora, as armas atômicas não são um produto de nosso século, senão que são produto do século XX. Assim como as duas guerras mundiais. Qual a origem disso senão o imperialismo? O imperialismo, em sua essência, se modificou? Se aceitamos que não se modificou, então os meios para enfrenta-lo, que os povos lançaram mão ao longo do século XX e também neste princípio de século, as guerras revolucionárias e de libertação nacional, seguem ou não válidos? Ora, quando triunfou a Grande Revolução Chinesa em 1949, ou a resistência do povo do Vietnã e, inclusive, a revolução cubana, o imperialismo já possuía e havia utilizado armas atômicas. Ora, a luta decidida dos povos destes países, apoiada na solidariedade dos povos de todo o mundo, foi ou não capaz de derrotar a agressão e a chantagem militar do imperialismo?
“…não podemos perder tempo em guerras anacrônicas –prossegue em seu discurso –que nos debilitam e esgotam nossas energias. Os inimigos fazem as guerras. Eliminemos todas as causas que conduzem o homem a ver o homem como seu inimigo(…) Eu digo, sem nenhuma possibilidade de erro, que a paz com a paz se ganha e: SE QUERES A PAZ, PREPARA-TE PARA MUDAR TUA CONSCIÊNCIA”. (Grifo Nosso)
Aqui temos realmente um “prato cheio”. Poderíamos simplesmente dizer a verdade elementar, que qualquer criança palestina bem sabe, que a “paz” ganha com doces discursos só conduz à mortes e à subjugação. Será que o povo iraquiano e afegão conquistará alguma paz “mudando de consciência”, ou sim aniquilando o maior número possível de invasores, armado de uma consciência patriótica e antiimperialista? É uma vergonha alguém que ousa dizer-se “velho revolucionário” fazer discursos falando em guerras “anacrônicas” que levam os “homens a ver os homens como inimigos”. Ora, a guerra que os ianques travam ao agredir os povos do Oriente Médio, ou que Israel trava contra o povo palestino, essas sim são guerras para defender uma sociedade anacrônica, são por isso guerras injustas, reacionárias, que devem ser repudiadas; mas a guerra que os povos do Oriente Médio travam contra os ianques, a guerra que os palestinos travam contra Israel genocida são guerras justas, legítimas, progressistas, porque visam à emancipação. Botar um sinal de igual entre uma e outra é uma verdadeira afronta aos povos que vertem seu sangue na luta contra o imperialismo.
A paz e a guerra, afinal de contas, tem um caráter de classes:
“ La historia demuestra que las guerras se dividen en dos clases: las justas y las injustas. Todas las guerras progresistas son justas, y todas las que impiden el progreso son injustas. Los comunistas nos oponemos a todas las guerras injustas, que impiden el progreso, pero no estamos en contra de las guerras justas, progresistas. Los comunistas lejos de oponernos a estas últimas, participamos activamente en ellas. . Entre las guerras injustas, la Primera Guerra Mundial fue un caso en que ambos bandos pelearon por intereses imperialistas; por lo tanto, los comunistas del mundo entero se opusieron resueltamente a ella. La forma de combatir una guerra de este tipo es hacer cuanto se pueda por prevenirla antes de que estalle y, si llega a estallar, oponer la guerra a la guerra, oponer la guerra justa a la injusta, tan pronto como sea posible”.

(Presidente Mao Tsetung, “Sobre la Guerra Prolongada”, mayo de 1938).
Sim, a sociedade capitalista, mesmo aonde mantém seu aspecto “pacífico”, nada mais é que o horror para as amplas massas de trabalhadores, que nela nada têm a ganhar. Nada mais mentiroso do que acreditar no discurso de “fim do mundo” que o imperialismo faz questão de disseminar, seja através do discurso de “aquecimento global”, seja através do “culto às armas”, porque o imperialismo necessita fazer crer que a sua crise, a sua agonia é a crise e a agonia de toda a Humanidade. E o imperialismo não conta com melhores “advogados” dessa sua tese do que os renegados e revisionistas, que tremem mais que todos ante o levantamento das massas. Pois nós dizemos, quanto a isso: o imperialismo passará senhores, será destruído, e a sua destruição não acabará com a Humanidade, pelo contrário, inaugurará a sua verdadeira História. Como nos dizem os versos da “Internacional”, que esses renegados há muito esqueceram, “se nos faltarem os abutres, não deixa o Sol de fulgurar”.

O Imperialismo é um tigre de papel:


  Resistência iraquiana celebra mais uma ao contra o invasor ianque
Resistência iraquiana celebra mais uma ao contra o invasor ianque

O discurso tão em voga de “socialismo do século XXI” tem enganado, deve-se dize-lo, muitos jovens, inclusive em nosso país. Muitas pessoas sinceras, que almejam realmente a emancipação da dominação imperialista, se deixam levar pelo descaminho pregado pelo revisionismo, às vezes apresentado com os discursos mais “radicais”. Na verdade, tais teorias “do século XXI”, que dizem obsoleta a necessidade da revolução proletária, que dizem que o imperialismo não pode ser vencido objetivamente mas sim que devemos nos contentar em “mudar de consciência”, são já bastante antigas. Karl Kautsky, irreconciliável inimigo dos bolcheviques e da Revolução de Outubro, já no seu tempo falava em um “super imperialismo”, sem guerras e sem contradições, no que foi obviamente desmentido pela vida.
Mas é nas teses apregoadas pelo “revisionismo moderno” de Kruschev, dissecadas e combatidas pelo Presidente Mao, quando da restauração capitalista na URSS, que encontramos a essência e a origem mesmo deste revisionismo de Chavez e Castro. O Presidente Mao definiu o conteúdo do revisionismo de Kruschev como “Dois Todos” e “Três Pacíficas”. Dois Todos: Estado de todo o povo e partido de todo o povo; Três Pacíficas: Transição pacífica, Coexistência Pacífica e Emulação Pacífica.

  Crianças palestinas simbolizam resistência
Crianças palestinas simbolizam resistência
Fidel Castro, se sabe, alinhou-se com o revisionismo soviético, e o povo cubano sofreu sérias privações na sua construção econômica em grande medida porque os dirigentes cubanos optaram por manter-se na órbita do social-imperialismo soviético a montar em bases realmente sólidas a sua edificação. Kruschev, a seu tempo, utilizou à exaustão o “argumento” de que os povos deveriam abrir mão da luta revolucionária para evitar a “catástrofe nuclear”. Na verdade, olhando a Grande Polêmica entre a URSS revisionista e a China Popular, expressa na “Carta Chinesa” e nos “Nove Comentários”, se vê claramente como é triste o papel de Fidel Castro dizendo serem originais as “suas” advertências. A isso, o Presidente Mao opôs com muito acerto que “ou a revolução conjura a guerra imperialista ou a guerra imperialista atiça a revolução”, e que “O Imperialismo é um tigre de papel”. Disse, no que foi confirmado pela História:
“Provocar disturbios, fracasar, provocar disturbios de nuevo, fracasar de nuevo, y así hasta la ruina: ésta es la lógica de los imperialistas y de todos los reaccionarios del mundo frente a la causa del pueblo, y ellos no marcharán nunca en contra de esta lógica. Esta es una ley marxista.
Cuando decimos que "el imperialismo es feroz", queremos decir que su naturaleza nunca cambiará y que los imperialistas nunca dejarán de lado sus cuchillas de carnicero ni se convertirán jamás en Budas, y asi hasta su ruina.

Luchar, fracasar, luchar de nuevo, fracasar de nuevo, volver a luchar, y así hasta la victoria: ésta es la lógica del pueblo que tampoco marchará jamás en contra de ella. Esta es otra ley marxista. La revolución del pueblo ruso siguió esta ley, y la ha seguido tambien la revolución del pueblo chino.”

(Presidente Mao, “Obras Escogidas” T. IV, 1949).
Assim, quando Fidel diz que “não pareceria possível que um país tão pequeno como Cuba se visse obrigado a carregar o peso da luta contra aqueles que têm globalizado e submetido o mundo a um inconcebível saqueio”, devemos dizer que não parece e não é. Curiosamente, enquanto não faltam em seus discursos “apelos” e “advertências”, não há uma só menção às frentes principais de luta contra o imperialismo no mundo hoje, como as heróicas resistências afegã, iraquiana e palestina. Uma só menção à dura derrota imposta ao imperialismo e suas armas pelas massas populares desses países. Não há em seus discursos uma menção sequer, tampouco, às guerras populares em curso no mundo hoje, como a que se desenvolve na Índia e estremece o gigante país asiático. Enquanto Fidel, Chavez e consortes “advertem” os povos sobre os “perigos” da guerra estes, pelo visto, não lhes dão muito ouvidos: se opõem à agressão imperialista mas, se esta ocorre, não receiam pegar em armas para derrota-la.
 Finalmente, em uma de suas “Reflexões”, Fidel disse que o “modelo cubano” não é exemplo para ninguém. Bom, como revolucionários, devemos dizer, em primeiro lugar, que para o marxismo não há e nunca houve um “modelo” de revolução. Existem, sim, verdades universais do marxismo (que Fidel Castro jamais compreendeu, aliás) que exigem ser aplicadas à realidade concreta de cada país. E, além disso, o chamado “modelo” cubano jamais foi exemplo para ninguém realmente: sabemos bem aonde a tentativa de transplanta-lo conduziu…
Os jovens sempre tiveram destacada participação na luta pela emancipação dos povos do mundo. Seguem tendo esse papel. E as características da juventude somente podem se desenvolver amplamente se colocadas à serviço da luta revolucionária. A luta pela paz passa por destruir a fonte das guerras, passa por destruir e pôr abaixo o imperialismo. Sem essa condição, sem a decisão em enfrentar essa luta e todas as suas peripécias, não se pode falar verdadeiramente em um futuro, não se pode falar verdadeiramente em vitória dos povos.

Inédita onda de demissões é crime contra os trabalhadores cubanos:

Os ainda iludidos com o idílico “mito do socialismo cubano”, devem ter ficado estonteados com as medidas anunciadas recentemente pelo governo revisionista de Raul Castro. Este simplesmente decretou a demissão, nos próximos seis meses, de 500.000 funcionários públicos, ou seja, 20% dos trabalhadores estatais do país! Não está descartada, após essa primeira onda de demissões, outras 500.000 no próximo ano, totalizando 1 milhão de desempregados.
Tais medidas, que deixariam qualquer governante “neoliberal” enrubescido, e que são talvez inéditas na história econômica recente, foram justificadas (vejam só!) através do ensebado argumento largamente utilizado durante as privatizações das empresas estatais na América Latina: combate à “ineficácia” dos órgãos públicos e ao “paternalismo” do Estado. É claro e bem entendido que a burocracia dirigente, aquela mais próxima de Raul Castro, não está incluída em tal pacote…
Esse verdadeiro crime contra os trabalhadores cubanos ocorre após entrevista de Fidel Castro dizendo que o sistema de governo de Cuba “não funciona”. Como se vê, trata-se da destruição ainda mais radical do que ainda restou de garantia aos direitos do povo na economia daquele país.

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